sábado, 7 de junho de 2008

A PRÁTICA DA COMPAIXÃO

2 Sm 9:1-13


“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações...” Tg 1:27

Davi derrotara várias nações, tornando-se famoso e poderoso, 2 Sm 8:14. Naquele grande momento da sua vida, propôs em seu coração ajudar alguém que fosse descendente de Saul. Ao tomar conhecimento de que havia um filho de Jônatas, que se chamava Mefibosete (neto de Saul), Davi colocou em prática seu sentimento de compaixão. Com base nesse ato, nesta lição estudaremos a questão da solidariedade e da prática do amor.

I – A COMPAIXÃO NÃO FICA INERTE, 2 Sm 9:1-4
Quem possui um coração bondoso age pelo bem do próximo; ao invés de ficar parado, vai em busca do necessitado. Foi assim que Deus agiu em nosso favor, sendo nós pecadores, Rm 5:8. Veja as lições que Davi nos ensina:
a) Poder não deve ser instrumento de opressão - Mefibosete era descendente de Saul, que tanto procurara matar Davi. Portanto, teria sido natural se Davi usasse sua autoridade, poder e posição para vingar-se de Mefibosete. Assim agiam os reis, com toda a prepotência, com o fim de preservar o reinado. No entanto, Davi, servo de Deus, desejava restaurar os relacionamentos desfeitos, pois esta é a vontade de Deus, 2 Co 5:18; Ef 2:16.
b) Sentimento voluntário – a voluntariedade é um dos fatores mais importantes no exercício do amor, 2 Co 9:6-9; Hb 13:16; Zc 4:6. Não age por obrigatoriedade e, sim, pelo nobre sentimento de compaixão. Davi não agiu sob pressão, mas movido por seu coração.
c) Espírito abnegado – o rei abriu mão de seus interesses próprios para favorecer o próximo, apesar de ser Mefibosete descendente de seu antigo inimigo, v. 3. Este é o ensino de Jesus na parábola do bom samaritano: oferecer sem esperar retribuição, Lc 10:25-37. É o que fez Jesus pela humanidade, Fp 2:3-8. A Bíblia afirma: “Dá a quem te pede...”, Mt 5:42. “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não faz, peca”, Tg 4:17.

II – A COMPAIXÃO TRAZ PARA JUNTO DE SI, 2 Sm 9:5-7
Mefibosete encontrava-se nas montanhas de Gileade, numa cidade chamada Lo-Debar, que significa “lugar sem pasto” ou “terra deserta”. Davi ordenou que fossem buscá-lo e, assim, ensinou preciosas lições sobre o que é sentir compaixão de alguém.
a) Compartilhar as coisas boas – ao tomar conhecimento da existência de Mefibosete, Davi compadeceu-se dele. Queria-o junto de si, participando de seus privilégios. Mefibosete passaria a residir em Jerusalém, vivendo no palácio real e sentando-se com o rei à mesa. Também receberia as terras que haviam pertencido ao avô, Saul.
b) Amar sem esperar ser recompensado – Davi ofereceu um novo status para Mefibosete sabendo que não poderia ser retribuído. Essa é a essência do amor cristão, Mt 5:46-48; Ef 5:2.
c) Reconciliar-se – a maior prova de que houve perdão é a boa convivência. O relacionamento só é sadio quando se restaura a comunhão, Am 3:3; 2 Rs 10:15. Davi demonstrou estar curado de qualquer problema interior ao acolher em sua casa o neto de Saul.

III – RESULTADOS DA COMPAIXÃO – 2 Sm 9:8-13
a) Ao praticante – Davi agiu com diplomacia ao amparar o descendente de Saul e, com isso, ganhou a simpatia da tribo de Benjamim. Deus ajuda aqueles que repartem, sendo esta a lei da semeadura, Ec 11:1-2; Mt 19:21. Dar é melhor do que receber, At 20:35; Pv 22:9; 28:27.
b) Ao favorecido – Mefibosete, que se considerava “um cão morto”, foi tratado pelo rei com todas as demonstrações de ternura e bondade, residindo no palácio real, tomando posse de terras e tendo Ziba como seu escravo. Recebeu reconhecimento e dignidade. O cristão é cidadão celestial, não por merecimento, mas pela graça, Ef 1:3; 2:4-9. A graça divina nos enriquece, 2 Co 8:2.
c) Deus é agradecido e glorificado – Enquanto quem doa está glorificando a Deus, aquele que é beneficiado estará rendendo gratidão, Cl 3:17.
Compaixão não é o amor sentindo, mas fazendo, agindo; não é o amor contemplativo, mas dinâmico, Jo 3:16, 18; não é um sentimento estético, mas é ação dadivosa. Sentir compaixão de alguém é estender a mão e lutar para mudar a situação de vida do próximo.
Já se descreveu o amor como sendo o ato de “passar a noite à cabeceira da cama da pessoa que arde em febre, sem sentir isso um fardo. É sair debaixo de dois cobertores numa noite fria para atender a criança que chora ou o mendigo que bate à porta. É colocar o ombro sob a carga que o próximo carrega e partilhar o peso sem reclamar e sem lançar isso em rosto”. Jesus disse: “Bem aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia”, Mt 5:7.

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