A FÉ SUPERA A INCREDULIDADE
Só há uma palavra suficientemente
poderosa para vencer o
desespero: a fé.
(Emil Brunner )
"Perguntou
ele: Porque vais a ele hoje? Não é lua nova nem sábado. Ela disse: Não faz mal" (2Rs 4:23).
Com as intempéries se abatendo sobre o lar, mostrou-se a grandeza da fé
da mulher de Suném. Dizem que é em dia de tempestade que podemos conhecer quem
é bom marinheiro.
Há uma disparidade abismal entre a fé dinâmica e empreendedora da
esposa, e o marasmo espiritual do marido. Observe a letargia que assola a
religiosidade do esposo. Seria como se estivesse a questionar: O que tem a
igreja a ver com a tragédia? Por que vai ao pastor? Nem ao menos é dia de
culto. Os dias de rituais religiosos eram sábados e luas novas, e muitos
dos judeus relacionavam Deus apenas aos ritos e não ao dia-a-dia da comunidade.
Russell Shedd[1], comentando o texto escreve:
[...] Para eles, o sacerdote, o profeta e o ministro eram apenas os
celebrantes da liturgia. Esse homem não podia compreender que a religião
verdadeira traz soluções às situações angustiantes da vida diária: deve-se
buscar a Deus em quaisquer circunstâncias (Ec 12:1; Is 53:6; Os 10:12; 2Co
6:2).
Este é o quadro de inúmeros lares. Esposa na igreja e marido em casa.
Tenho ouvido constantemente os desabafos lamuriosos das esposas: Pastor, foi
um trabalhão para trazer meu esposo ao encontro de casais. Outras
preocupadas: Pastor, foi uma maratona para ele vir ao culto. Meu esposo
sempre tem algo a fazer bem na hora. A crise da ausência de fé
inevitavelmente tem se instalado de forma aviltante nas famílias.
É o esposo que promete ir aos trabalhos da igreja apenas para produzir
um frágil fio de tranqüilidade no coração da esposa, mas no recôndito da alma
confessa: Em cima da hora arrumo uma desculpa e fico em casa. Eu sei
como estes mecanismos funcionam.
É o quadro do filho que promete mudanças radicais no comportamento
cristão apenas para barganhar os favores dos pais.
Acostumamo-nos a um cristianismo fraco e sem tempero que retrata a crise
de fé.
A família distancia-se da sua fé.
Foram-se os bons tempos dos cultos domésticos, ricos em devoção.
Foi-se o tempo em que o pai penteava o cabelo do menino, preparando-se
para o culto: Nós vamos ouvir Deus falar, filho.
Foi-se o tempo em que as famílias cristãs reuniam-se ao redor da mesa
para educar os filhos nos rudimentos do cristianismo, ensiná-los a orar e
cantar. Estas práticas piedosas foram o nascedouro dos, quase imortais,
baluartes do evangelho.
Posso fazer menção a Susana
Wesley, que nos idos de 1700, na cidade de Epworth, Inglaterra, educou dezenove
filhos e reservava duas horas por semana de tempo qualitativo para cada filho.
Neste tempo falava-lhes de Jesus, ensinava-lhes a orar e educava-os nos
rudimentos da música. Não é para menos que vinte anos depois Deus usaria os
irmãos João e Carlos Wesley para, literalmente incendiar o Reino Unido com um
avivamento espiritual sem precedentes.
Precisamos fazer o caminho de
volta à simplicidade da fé. Precisamos voltar a crer num Deus vivo e presente
nas nossas dificuldades do cotidiano. Precisamos restaurar esta confiança quase
ingênua na sua expressão, mas de um raio de ação de grandeza descomunal.
Conclusão:
Vamos ler o Salmo 127
1 Se o SENHOR não edificar a casa, em vão
trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a
sentinela.
2 Inútil
vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois
assim dá ele aos seus amados o sono.
3 Eis que
os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre o seu galardão.
4 Como
flechas na mão de um homem poderoso, assim são os filhos da mocidade.
5
Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, mas
falarão com os seus inimigos à porta.
[1]
SHEDD, Russell P., A Bíblia Vida Nova – Sociedade Religiosa Edições Vida
Nova – 16a edição – São Paulo-SP
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