A importância de dobrar os joelhos
Dn 6.10 Quando Daniel soube que o edital estava
assinado, entrou em sua casa, no seu quarto em cima, onde estavam abertas as
janelas que davam para o lado de Jerusalém; e três vezes no dia se punha de
joelhos e orava, e dava graças diante do seu Deus, como também antes costumava
fazer.
Deus criou o ser humano ereto, mas ele precisa
aprender a se curvar, sobretudo, diante do Criador e diante de seu semelhante.
Ele não tem facilidade para fazer isso. Em vez disso,
ele é naturalmente resistente a qualquer curvatura.
Uma das acusações feitas por Deus a Israel era a de
que "os tendões de seu pescoço eram de ferro, a sua testa era de
bronze"
- Is 48.4 Porque eu sabia que és obstinado, que a tua
cerviz é um nervo de ferro, e a tua testa de bronze.
- Êx 32.9 Disse mais o Senhor a Moisés: Tenho
observado este povo, e eis que é povo de dura cerviz.
Essa criatura incurvável não se dobra, não se ajoelha,
não coloca o rosto no mesmo lugar onde estão os seus pés. Ela é dura, teimosa,
orgulhosa e obstinada.
O ser humano precisa descobrir a beleza dos joelhos.
Eles substituem os pés na prática da oração.
Quando dobrados, os joelhos diminuem a altura do que
ora e aumenta a altura daquele a quem se ora. É uma reverência aceita por Deus
que pode facilitar a oração e a comunhão com ele, desde que o espírito também
esteja dobrado.
Pessoas extremamente necessitadas aproximavam-se de
Jesus e punham-se de joelhos diante dele para suplicar a graça desejada:
1.
É o caso do leproso que
pediu ao Senhor: "Se quiseres, podes purificar-me" (Mc 1.40);
2.
do pai do garoto
epilético que suplicou: "Senhor, tem misericórdia do meu filho [pois] ele
tem ataques e está sofrendo muito" (Mt 17.14-15);
3.
e também do jovem rico
que se ajoelhou em plena rua e perguntou: "Bom Mestre, que farei para
herdar a vida eterna?" (Mc 10.17).
Precisamos voltar aos joelhos. Para orar, vários
personagens da Bíblia punham-se de joelhos.
4.
Na dedicação do templo
de Jerusalém, "Salomão ficou em pé na plataforma e depois ajoelhou-se
diante de toda a assembléia de Israel, levantou as mãos para o céu e orou"
(2Cr 6.13).
5.
O escriba Esdras nos
conta que "na hora do sacrifício da tarde, eu saí do meu abatimento, com a
túnica e o manto rasgados, e caí de joelhos com as mãos estendidas para o
Senhor, o meu Deus, e orei" (Ed 9.5).
6.
No caso do profeta
Daniel, lê-se que a mão de alguém o colocou sobre as suas próprias mãos e
joelhos, indicando uma curvatura maior (Dn 10.10 E eis que uma mão me tocou, e
fez com que me levantasse, tremendo, sobre os meus joelhos e sobre as palmas
das minhas mãos).
7.
Pouco antes de morrer
apedrejado, Estêvão caiu de joelhos e bradou: "Senhor não os considere
culpados deste pecado" (At 7.60).
8.
Em Mileto, Paulo mandou
chamar os presbíteros da igreja de Éfeso e, depois de os entregar a Deus,
"ajoelhou-se com todos eles e orou" (At 20.36).
9.
Cena ainda mais bela
aconteceu pouco depois, na cidade de Tiro, a caminho de Jerusalém. Os cristãos
da cidade, suas esposas e seus filhos acompanharam Paulo até a praia e todos se
ajoelharam para orar, antes de o apóstolo embarcar no navio (At 21.5 Depois de
passarmos ali aqueles dias, saímos e seguimos a nossa viagem, acompanhando-nos
todos, com suas mulheres e filhos, até fora da cidade; e, postos de joelhos na
praia, oramos).
10.
Na Epístola escrita aos
efésios, o mesmo Paulo revela: "Por essa razão, ajoelho-me diante do
Pai" e oro para que "ele os fortaleça com poder, por meio do seu
Espírito" (Ef 3.14-16).
11.
Passagem curiosa é
quando Elias "subiu o alto do Carmelo, dobrou-se até o chão e pôs o rosto
entre os joelhos". Com a cabeça, o peito e o ventre totalmente dobrados em
cima dos joelhos, o profeta pediu chuva e ela veio (lRs 18.42; Tg 5.18).
12.
Na agonia do Getsêmani,
Jesus "se afastou [dos discípulos] a uma pequena distância [de mais ou
menos trinta metros], ajoelhou-se e começou a orar" (Lc 22.41). Na versão
de Mateus, o Senhor "prostrou-se com o rosto em terra e orou" (Mt
26.39).
No que diz respeito à arte da oração e da adoração, os
joelhos estão ociosos. Eles foram feitos também para se dobrarem diante do
Todo-poderoso. Daí o convite: "Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos
diante do Senhor, o nosso Criador" (SI 95.6).
Precisamos aprender a fazer isso para que, na
plenitude da salvação, "ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus,
na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para a glória de Deus Pai" (Fp 2.10-11).
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