Quando
se faz o que não se devia fazer
Edom não devia ter feito isso e
aquilo, mas fez. Eu não devia ter feito isso e aquilo, mas fiz. Você não devia
ter feito isso e aquilo, mas fez. Foi um grande erro fazer o que não deveria
ser feito. Agora, Edom, você e eu “estamos recebendo o que os nossos atos
merecem” (Lc 23.41, NVI).
Quem é Edom? O que ele fez de
errado? Edom é Esaú, o irmão gêmeo de Jacó, filho de Rebeca e Isaque. O Edom
que fez o que não devia fazer não é a pessoa de Edom, mas os seus descendentes,
os edomitas, um povo aparentado com os israelitas. É a eles que se dirige a
melancólica reprimenda do profeta Obadias (versículos 12 a 14):
“Você não devia ter olhado com
satisfação o dia da desgraça de seu irmão”.
“Você não devia ter se alegrado
com a destruição do povo de Judá”.
“Você não devia ter falado com
arrogância no dia da sua aflição”.
“Você não devia ter entrado pelas
portas do meu povo no dia da sua calamidade”.
“Você não devia ter ficado alegre
com o sofrimento dele no dia da sua ruína”.
“Você não devia ter roubado a
riqueza dele no dia da sua desgraça”.
“Você não devia ter esperado nas
encruzilhadas, para matar os que conseguiram escapar”.
“Você não devia ter entregado os
sobreviventes no dia da sua aflição”.
Ao todo são oito “não devia”, mas
todos os oito “não devia ter feito” foram feitos por Edom.
A lembrança dos muitos “não
devia” realizados, provoca remorso (inquietação de consciência por culpa ou
crime cometido), uma dor simplesmente insuportável.
As nossas confissões do “não
devia” estão por aí:
“Não devia ter comido da árvore
do conhecimento do bem e do mal”.
“Não devia ter me deitado com a
mulher de Urias”.
“Não devia ter negado três vezes
o meu Senhor”.
“Não devia ter traído sangue
inocente”.
“Não devia ter dado meu voto
contra os santos quando eles eram condenados à morte”.
“Não devia ter engravidado aquela
garota de 15 anos”.
“Não devia ter expulsado minha
filha de casa”.
“Não devia ter me iniciado nas
drogas”.
“Não devia ter posto fogo naquele
índio velho”.
“Não devia ter ordenado o
Holocausto”.
“Não devia ter levado a efeito o
ato terrorista de 11 de setembro”.
“Não devia ter invadido o Iraque
nem torturado os seus presos”.
“Não devia continuar com a
política do olho por olho e dente por dente”.
“Não devia ter comprado sem antes
fazer um balanço das suas contas”.
“Não devia ter emprestado esse
cheque de uma outra pessoa”;
“Não devia ter ultrapassado o
sinal vermelho”.
“Não devia ter falado da vida
alheia”.
Depois de tantos e vergonhosos
equívocos, resta o juízo de Deus. Ou, quem sabe, a sua misericórdia. Para
alcançar a misericórdia do Senhor é preciso confessar e pedir perdão a Deus e à
pessoa prejudicada, conviver com as conseqüências naturais dos equívocos
cometidos e aprender a negar-se a si mesmo para evitar outros “não devia”.
Em letras grandes
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