Amor – o dom supremo
Texto básico: 1 Coríntios 13
Versículo chave: “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é
esta: que nos amemos uns aos outros”(1Jo 3:11).
O capítulo 13 da primeira carta de Paulo aos Coríntios
é reconhecido como o grande capítulo do amor. Após falar sobre os dons
espirituais, ele mostra o que chama de “caminho sobremodo excelente” (1Co 12:31).
Não há melhor poema sobre o amor, nem melhor descrição do que ora se apresenta.
O amor não se trata de mero sentimento, mas de uma decisão.
Precisamos tomar a decisão de amar, porque Jesus afirmou que há dois
mandamentos nos quais a Lei se resume: amar a Deus sobre todas as coisas e amar
o próximo como a nós mesmos, Mt 22:37-40. O próprio Deus é amor que se doa, que
se entrega a um propósito – salvar os pecadores. Somos atraídos a Deus com
cordas de amor, somos salvos pela iniciativa de um Ser supremo, que amou o
mundo de tal maneira a ponto de entregar seu próprio filho para salvá-lo, João
3:16.
1) O amor é a
base suprema da vida cristã, 1-3
O apóstolo fala sobre a necessidade de basear
quaisquer ações, bem como os dons sobrenaturais no fundamento do amor. Ele
mostra que as manifestações que não estiverem no amor tornam-se inúteis e
desnecessárias. Ainda que sejam coisas que atraiam a atenção e os aplausos:
falar a língua dos homens e dos anjos, profetizar, conhecer todos os mistérios,
ter uma fé que transporta montes, distribuir enormes quantidade de bens ou
valores, ainda que o corpo fosse entregado para ser queimado. Isso nada seria
sem amor. O próprio Jesus falou sobre o engano de fundamentar a vida em feitos
sobrenaturais, sem contudo possuir a motivação certa, que é o amor, Mt 7:21-23.
Nós podemos fazer obras tremendas em nome de Cristo –
ser grandes pregadores, brilhantes no ministério, fazer cruzadas evangelísticas
e muito mais. Mas, se não amamos os nossos irmãos e irmãs em Cristo, bem como o
nosso próximo que não seja cristão, esses atos perdem a sua eficácia. A vida
egocêntrica reduz-nos a solidão e um enorme vazio existencial.
Os cristãos dos primeiros séculos, desafiaram a
cultura decadente do egoísmo, ao expressar o amor por meio de pequenas
atitudes, onde compartilhavam seus bens e alimentos, demonstrando que somos
responsáveis uns pelos outros, Atos 2:42-46.
2) O amor é abundante em suas qualificações, 4-7
O verdadeiro amor possui qualidades inconfundíveis: é
paciente, benigno, não arde em ciúmes, não se ufana(envaidece), não se
ensoberbece, não se conduz de forma inconveniente, não procura seus interesses,
folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, não é
invejoso, não é indecente, não é leviano. O amor leva o cristão a alegrar com
aqueles que se alegram e a chorar com os que choram. Quem muito suporta, muito
tolera. É capaz de andar a segunda milha, Mt 5:41. Tem disposição de levar as
cargas uns dos outros, Gl 6:2.
Amar é motivação e atitude divinas. Deus não esperou
que a humanidade se redimisse dos pecados, voltasse para Ele e o amasse, mas a
iniciativa de amar foi dele, mesmo sendo os homens pecadores e merecerdes do
inferno, Rm 5:8; 1Jo 4:19.
João, conhecido como “apóstolo do amor”, afirmou que
“quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4:8). Caracterizou
como mentiroso aquele que disser que ama a Deus, mas aborrecer o próximo, 1Jo
4:20.
Aquele que ama não fixa seu olhar nas imperfeições do
próximo, porque o amor cobre uma multidão de pecados, 1Pe 4:8.
3) O amor é permanente, não se desgasta no tempo, 8-13
Os dons espirituais são dados à igreja, porém são passageiros,
mas o amor jamais acaba, v. 8. O apóstolo fala de três virtudes permanentes: a
fé, a esperança e o amor. Entretanto, ele afirma que o amor supera a fé e a
esperança, v. 13.
Jesus é o exemplo perfeito de amor, quando amou os que
estavam com Ele até o fim, Jo 13:1. Mesmo sabendo que havia entre seus
discípulos um que haveria de traí-lo, procurou por todas as formas amá-lo.
Quando Judas chegou para entregá-lo, Ele lhe disse: “amigo a que vieste?”(Mt
26:50). Nosso salvador estava diante de uma situação desagradável, mas mostrou
a veracidade de seu amor puro e verdadeiro. O amor aperfeiçoa com o tempo, mas
não pode morrer. Quem investir no amor se manterá numa esfera de satisfação e será
feliz. Nada é mais compensador do que investir na vida do próximo e vê-lo transformado
porque alguém amou, acreditou e investiu.
Shakespeare afirmou: "O amor é um farol
permanente que contempla as tormentas sem jamais estremecer; é a estrela fixa
dos barcos sem rumo, é o astro cuja altura medimos, mas cuja essência é
mistério”.
Conclusão:
O amor não
é uma emoção que nos domina; emoções são circunstanciais, o amor é permanente.
O amor não depende das ações dos outros, não é moeda de troca. Amar é dar o
primeiro passo, mesmo que estejamos recebendo o contrário. Amar é insistir numa
semeadura, visto que a seu tempo colheremos o que tivermos plantado, se não
desfalecermos. O amor não é irracional, mas acredita no inacreditável, investe
na recuperação do que para muitos é irrecuperável. O amor é dom de Deus, é
essência divina atuando em cada cristão. A verdadeira prova do discipulado
cristão é o amor que se manifesta de uns para com os outros, Jo 15:9-13.
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