I - O QUE SE ESPERA DE UM LÍDER EFICAZ?
a) Seja realmente chamado por Deus (v. 16). Não é o pastor quem escolhe “ser pastor”, mas Deus quem o escolhe para esta obra. Jesus deixa claro isto em João 15:16 ‘Vós não me escolhestes... mas eu vos escolhi a vós...’ O Senhor da Igreja é quem escolhe e dá o dom ao servo para exercer este ministério (Efésios 4:10 e 11).
b) Seja predisposto ao trabalho árduo (v. 19). Elias encontrou o profeta escolhido por Deus no árduo trabalho de arar a terra. Igualmente, o ministério exige, sempre, árdua labuta. Jesus mesmo usou metáforas de trabalhos árduos para referir-se ao ministério: apascentar ovelhas, lançar mão do arado, pescar, cingir-se de madrugada, etc. Na carta-testamento de II Timóteo, o apóstolo Paulo refere-se várias vezes ao seu próprio sofrimento e conclama seu filho na fé a participar dos sofrimentos inerentes ao ministério (1:8, 12, 2:3, 4:5).
c) Dê prioridade ao Senhor e sua obra (v. 20). Podemos comparar a atitude de Eliseu com a do homem que declarou a Jesus: “Senhor, eu te seguirei; mas deixa-me primeiro despedir-me dos que estão em minha casa” (Lucas 9:61). Este diferencia-se de Eliseu porque desejava buscar a aprovação da família (a palavra usada para “despedir” tem o significado de “buscar consentimento”).
d) Seja humilde para servir ao próximo (v. 21). Durante sete anos Eliseu serviu a Elias. Em II Reis 3:11, mesmo depois da partida de Elias, Eliseu continuava a ser lembrado como aquele que deitava água nas mão de Elias. Jesus deixou-nos exemplo ao lavar os pés dos apóstolos. O ministério pastoral exige humildade para servir.
2) COMO O LIDER EFICAZ MOSTRA DIFERENÇA? (II Reis 2:4-11)
Há uma quantidade de cristãos nominativos, que nenhuma diferença faz a favor do Evangelho. Percebamos nas atitudes de Eliseu como um cristão pode constituir-se em alguém que faz diferença onde vive.
a) Seguindo seu mestre de perto (vs. 4 e 6). Eliseu fez questão de permanecer junto de Elias durante todo o tempo. Diferentemente dos “filhos dos profetas”, ele acompanhou seu mestre até o fim. Igualmente, o cristão autêntico, que diferencia-se neste mundo, segue Jesus de perto. Em Lucas 22, na narrativa da prisão de Jesus, no verso 54 lemos: “e Pedro seguia-o de longe”. Em seguida, o evangelista nos afirma das três negativas de Pedro para com Jesus. Hoje, muitos há que seguem Jesus de longe e o resultado disso é escândalo para o Evangelho.
b) Imitando o modelo de vida de Cristo (v. 9). Eliseu pediu “porção dobrada” do espírito de Elias. Podemos entender nisto o desejo do discípulo de ser tão, ou, melhor do que seu mestre. Que ousadia! Mas o desafio que a Palavra de Deus nos coloca é justamente este: imitar a Cristo, sendo dignos da nomenclatura “cristãos” (vide I Cor 11:1). “A Bíblia nos ensina a nos contentarmos com o que temos, mas nunca com o que somos” (J. Blanchard).
c) Fazendo uso do poder de Cristo (v. 14). Eliseu apropriou-se da capa de Elias e, imediatamente, usufruiu do mesmo poder que habitava em Elias ao ferir as águas do Jordão com a capa. Em conseqüência disto os discípulos de Elias, que aguardavam ao longe, logo notaram que Eliseu fora investido pelo mesmo poder (v. 15). Igualmente, Jesus dá-nos poder, o poder do Seu Nome! O crente que faz diferença neste mundo é alguém que usufruiu deste poder, a exemplo da Igreja apostólica em Atos (vide Atos 3:6, 16, 16:8).
Para que Eliseu chegasse ao ponto de ocupar a função profética antes desenvolvida por seu mestre Elias foi necessário sete anos de intensa convivência e aprendizado, resultando num ministério tremendamente importante na vida de Israel durante décadas. Somos desafiados como crentes em Jesus a segui-lo de perto, ter comunhão com Ele, conhecer sua palavra e seu modelo de vida, imitá-lo, fazer a sua obra, representá-lo como seus embaixadores.
3) COMO GUARDAR-SE DOS MAUS SENTIMENTOS? (II Reis 2:19-22)
Jericó era uma bela cidade, tinha de tudo para oferecer uma vida feliz aos seus habitantes. Entretanto, seu povo era infeliz em virtude das “águas amargas”. A Bíblia informa que suas águas eram péssimas (v. 19). Igualmente há vidas preciosas na Igreja do Senhor que, embora agraciadas com beleza, inteligência e capacidade, padecem da “amargura de coração”.
a) Amargura: um mal que aflige as pessoas! Convivemos em comunidade e não é raro que conflitos, desavenças, ressentimentos, se desenvolvam e contaminem o coração do crente com amargura. Daí a Bíblia conter fatura de admoestações acerca da necessidade de “tirar do nosso meio toda amargura” (Efésios 4:31), de “não deixar que a raiz de amargura brote e contamine” (Hebreus 12:15). O motivo pelo qual precisamos afastar a amargura de nós é claro: esterilidade.
b) O resultado da amargura: esterilidade (v. 19). Assim como em Jericó, cidade tão “agradável”, conforme o testemunho de seus habitantes, a amargura das águas impedia a felicidade do seu povo e o crescimento da cidade, a amargura de coração remove a alegria inerente ao servo do Senhor e o priva de frutificar na obra de Cristo. Uma alma amargurada perde até mesmo a alegria de cultuar ao Senhor! (“Se você não tem alegria na vida cristã, existe vazamento em algum lugar no seu Cristianismo” Billy Sunday).
Outro aspecto a destacar é a capacidade que a amargura enraizada tem de contaminar outras vidas: “e que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hebreus 12:15). A esterilidade resultante da amargura tende a alastrar-se pela Igreja do Senhor! É um mal terrível! O que fazer contra isso?
c) É preciso recorrer ao Senhor para purificar-se (v. 21). Os habitantes de Jericó recorreram à pessoa certa. Através de Eliseu, o Senhor operou o milagre da purificação daquelas águas. É preciso recorrer à ajuda do Senhor para purificar nossas almas, nossos corações de ressentimentos e amarguras, de ofensas que já deveriam ter sido perdoadas, de mágoas sem fundamento, de raízes que insistem em brotar e que roubam nossa alegria.
Recorra ao Senhor e confesse a Ele a amargura, a tristeza, o ressentimento, a dificuldade em perdoar... Seja sincero diante dele e, humildemente, peça-lhe ajuda. Deus, então, removerá a amargura do seu coração.
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